Após testemunhar o colapso mental de uma operadora de telemarketing, a psicóloga ELISÂNGELA TAVARES (30) deixa seu emprego como gerente de RH dessa empresa para pesquisar sobre as relações do adoecimento mental e trabalho. Porém, sua culpa cristã, de carregar o problema do mundo nas costas, a faz se envolver de forma não profissional com seus primeiro paciente, SÉRGIO (45), um ex porteiro noturno. Elisângela, ao tentar construir um laudo técnico favorável a Sérgio, o faz reviver seu colapso levando-o a uma piora do caso. Ela consegue o laudo, mas entra em conflito com a sua orientadora do doutorado, atéia e pragmática, CÍNTIA VASCONCELOS (40). Elisângela, depois de outra frustração com o caso de um eletricista, somatiza em seu ombro sua culpa e tem um acidente enquanto faz musculação. Imobilizada, Elisângela é obrigada a ficar com seus pais no interior. Eles a pressionam para ter um melhor emprego e formar uma família. Sua única confidente é sua irmã mais nova RÔ (26), artista progressista lésbica que a ajuda a se soltar cada vez mais e se desprender das suas raízes conservadoras. Recuperada e mais confiante, Elisângela volta a sua pesquisa onde investiga o vínculo do trabalho de uma empregada doméstica com o assassinato de sua patroa. Ao final, o caso é resolvido quando a filha da patroa, uma arquiteta desempregada, admite o assassinato devido a uma situação desencadeada pelo desemprego. Cíntia ao ver a entrega e carinho de Elisângela pelos trabalhadores, se apaixona por ela, mas tem que esconder seus sentimentos para não interferir em seu trabalho. Ao final da temporada, Elisângela supera parte de sua culpa e decide se expor e apresentar o caso de RITA (20), operadora de telemarketing que ela testemunhou o colapso em seu antigo emprego. Elisângela é aprovada em sua defesa de tese e Cíntia se aproxima para finalmente declarar seu amor, uma vez que elas já não trabalham juntas. Porém, antes que o faça, um chefe sindical da CUT (Central Única de Trabalhadores) convida as duas para coordenarem um novo projeto onde elas irão mapear de modo mais extenso o adoecimento mental vinculado ao trabalho. Emocionada por essa nova oportunidade Elisângela abraça Cíntia com muito entusiasmo, enquanto Cíntia tem que esconder uma vez mais seus sentimentos. Antes que tudo termine, Elisângela descobre que está com câncer e pela primeira vez desaba em prantos com Rô. Porém, Rô não dá conta de apoiá-la, assustada ao ver sua irmã mais velha vulnerável. Mais solitária do que nunca, Elisângela precisará superar seu câncer sem ajuda de ninguém para poder seguir com seu novo trabalho.
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1 - RECONSTRUÇÕESTEMA: FAMÍLIA VERSUS TRABALHO ELISÂNGELA (30), após presenciar o colapso mental de uma colega de trabalho operadora de telemarketing, deixa seu emprego bem remunerado como gerente de RH dessa empresa para pesquisar em um doutorado sobre as relações entre o trabalho e o adoecimento mental. Um ano depois, ainda carregando a culpa desse incidente, Angi lida com a pressão de seus pais que se queixam dela ter deixado de os ajudar financeiramente. No seu trabalho na universidade, Angi trabalha no caso de SÉRGIO (45), um disciplinado ex porteiro noturno, que está lutando na justiça para ganhar uma indenização por sofrer um colapso mental enquanto estava em atividade. Porém, sua orientadora do doutorado CÍNTIA (40) não vê relevância no caso para os avanços na sua pesquisa, cobrando de Angi mais resultados. Elisângela, tendo uma vida inteiramente dedicada ao trabalho, se envolve cada vez mais nesse caso, mas, diante da falta de recursos financeiros de Sérgio, eles têm que interromper as sessões, forçando Angi a dar um laudo não conclusivo. Insatisfeita com essa situação e ignorando as recomendações de Cíntia, Angi vai até a casa de Sérgio para seguir com as entrevistas e descobre a obsessão de Sérgio em desenhar compulsivamente o relógio vigia igual ao do seu trabalho.
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2 - ENTRE O RELÓGIO E O ESPELHOTEMA: IDENTIDADE Na casa de Sérgio, Angi descobre mais sobre a disciplina que o pai dele o deixou de herança. Ele comenta sobre haver tentado sair do seu emprego quando viu que estava afetando sua relação com seu filho, mas que o síndico não lhe permite ter seu direito ao seguro desemprego, obrigando a Sérgio a aguentar seu trabalho por medo de não conseguir sustentar a família. O pai de Angi entra em contato, mas ela o ignora. Em casa, Angi trata de fazer seu treinamento de rotina de boxe, mas sua irmã mais nova ROSÂNGELA (26), ou Rô, aparece e a presenteia com uma jabuti para que Angi tenha uma companhia na casa. Ainda não tendo elementos suficientes para seu laudo, Angi vai até o edifício de Sérgio e tenta reconstruir todo o evento, mas o síndico retirou o relógio vigia e apagou as gravações do dia do surto. Angi consegue a gravação com o colega de Sérgio, Carlos, mas ainda falta esclarecer alguns pontos. Ela procura novamente a Sérgio em sua casa e o convence a contar com detalhes os eventos desse dia em que sofreu um colapso. Porém, Sérgio ao reviver esses eventos entra em crise e piora seu quadro. Angi consegue o laudo favorável, mas sua orientadora Cíntia está decepcionada com ela por haver colocado seu paciente em uma situação de crise. Afetada pela história de Sérgio e tentando entender como a herança dos pais recaem sobre os filhos, Angi e Rô conversam sobre quando Rô se declarou abertamente ser lésbica e como os pais reagiram.