Eu Não Desisto de Você
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capa da obra SINOPSE

“Eu não desisto de você.” Essa era uma das frases recorrentes da advogada Ana Vasconcelos, ativista pelos direitos humanos e fundadora da organização não governamental Casa de Passagem, no Recife, quando alguma garota que frequentava a instituição tinha uma recaída para as drogas ou para a prostituição. Era o fim dos anos 1980 e o Jornal de Commercio de Pernambuco divulgava uma pesquisa feita pelo Institut Population Crisis Commitee de Washington em que Recife aparecia como a “quarta pior cidade do mundo para se viver” e estava entre as cidades mais violentas do mundo. Nada convencional, Ana Vasconcelos iniciou nessa época um trabalho que transformou centenas de vidas, ao combater de forma pioneira a violência contra as meninas em situação de rua. A série documental contará a história da advogada, feminista e ativista pelos direitos humanos através dos depoimentos das meninas da Casa de Passagem que hoje são mulheres na faixa dos 40 anos que tiveram suas vidas transformadas por ela. Foram meninas que sobreviveram nas ruas ou em  comunidades paupérrimas e tiveram sua dignidade resgatada, ao receberem atenção, cuidados, educação,informação e apoio na Casa de Passagem. Em cada episódio, a vida de uma  dessas mulheres será entrelaçada à de Ana. A história delas é testemunho de um trabalho que fez a diferença em uma época em que as pessoas em situação de rua eram “invisíveis”.
Pelas mãos de Maria Betânia da Silva, de 48 anos, formada em pedagogia, hoje com 4 filhos e 3 netos, que era considerada muito violenta e chegou a ser presa ainda adolescente,  percorremos os espaços, as ruas e as casas dessas mulheres, antigas meninas de rua, trilhando a geografia afetiva onde elas viviam e onde estão agora. As vozes de Betânia, Janaína, Miranir, Dora, Roberta, Alexandra, Raquel, Paulinha (filha),  Raquel, Virlane, Adilza, Roseane, Angela, ajudarão a contar como Ana Vasconcelos, filha da elite pernambucana que cresceu no engenho do pai e depois na pequena cidade de Timbaúba, se mobilizou, enfrentou desafios e fundou uma organização mais tarde reconhecida nacional e internacionalmente.
Em uma época em que os direitos dos mais vulneráveis, em especial meninas e mulheres pretas, estão sendo violados a cada dia, a série mostra que, mesmo quando tudo indica o contrário, é possível ter esperança. Não podemos desistir.

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA:
14
GÊNERO:
Documentário
REGIÃO:
Nordeste
NÚMERO DE EPISÓDIOS:
5
DURAÇÃO MÉDIA DOS EPISÓDIOS:
26
DIREÇÃO:
Carla Sarmento
SOBRE A DIREÇÃO:
Carla Sarmento realiza projetos audiovisuais desde 1992. É sócia da produtora Ouriço Filmes sediada em Recife. Dirigiu a série documental "EU NÃO DESISTO DE VOCÊ - A trajetória de Ana Vasconcelos e as meninas da Casa de Passagem" (2024, 5 EP, 26"). Conquistou o prêmio Candango de melhor direção de arte no Festival de Cinema de Brasília pelo filme “Piedade” (2019), de Claudio Assis. Seu primeiro prêmio de direção de arte no festival brasiliense veio com o curta “That´s a Lero-Lero” (1994), dirigido por Lírio Ferreira e Amin Stepple. Também foi premiada no Festcine pela direção de arte do filme Orbitantes (2017), de Rodrigo Campos. Conquistou os prêmios de Melhor Cartaz no Festival Internacional de Cinema de Havana dos filmes BAILE PERFUMADO (Dir. Lirio Ferreira e Paulo Caldas) e TEXAS HOTEL (Dir. Claudio Assis). Em 2024 fez a direção de arte do filme "Ao Sabor das Cinzas" de Taciano Valério e do telefilme "O Sertão Vai Vir ao Mar" de Rodrigo César. Também assinou a direção de arte e cenografia da série "Chabadabadá", com direção de Tuca Siqueira e Julia Moraes, com a direção geral de Claudio Assis; do longa "Atmosfera", de Paulo Caldas e a 2ª temporada da série televisiva "Lama dos Dias", de Hilton Lacerda. Entre seus trabalhos, destacam-se os longas "Acqua Movie", de Lírio Ferreira; "Sujeito Oculto", de Leo Falcão, a série "Caixas Mágicas", de Hilton Lacerda, Letícia Simões e Rodrigo Campos, o longa “O Fim da Picada” de Christian Saghaard”.
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    1 - CORAGEM
    Enquanto narra a vida de Ana Vasconcelos e a história da Casa de Passagem entrelaçada com a sua própria vida, Betânia, de 48 anos, formada em pedagogia, mãe de 4 filhos e 3 netos, trilha a geografia afetiva dos lugares em que morou quando era uma menina em situação de rua em Recife.
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    2 - LIBERDADE
    Betânia visita as casas de Janaína, que também morava nas ruas do Recife e foi resgatada pelas mãos de Ana Vasconcelos, e de Miranir, designer de moda, que quando menina morava na favela e tocava triângulo nos ônibus para conseguir dinheiro para sobreviver. Ambas falam sobre o passado nas ruas, sobre a relação com Ana Vasconcelos e sobre o dia a dia na Casa de Passagem. Betânia conta a história da família de Ana Vasconcelos, a infância livre no engenho, a adolescência e os anos de formação.
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    3 - FORÇA
    Betânia fala sobre o momento em que Ana Vasconcelos decidiu fazer a Casa de Passagem. Na casa de Raquel, vemos o depoimento da "ex-menina de rua" que virou atriz e foi protagonista da peça "Bolero de Raquel", resultado de um dos projetos pioneiros da Casa de Passagem, que percorreu diversas cidades brasileiras. Dora, Roberta, Alexandra que também fizeram parte do Bolero de Raquel, também participam desse episódio e contam sobre as suas vivências na Casa de Passagem, sobre as atividades culturais e artísticas e sobre o trabalho da Casa de Passagem nas ruas e nas comunidades.
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    4 - CRIATIVIDADE
    Nesse episódio conhecemos Paulinha, filha adotiva de Ana Vasconcelos, e a vida de Ana Vasconcelos à frente da Casa de Passagem, como personalidade pública, diante de imensos desafios e as dificuldades nos últimos anos de vida. Desta vez, Betânia visita as casas de Virlane e Adilza e conversa com Roseane sobre a atuação preventiva da Casa de Passagem nas comunidades.
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    5 - ATIVISMO
    Em sua última visita às antigas companheiras, Betânia acompanha a chegada de Angela Brodbeck, em Recife, e o lançamento do seu livro autobiográfico. A escritora, que mora na Suíça, conta a sua história, de como chegou à Casa de Passagem e a importância de Ana Vasconcelos em sua vida. Nesse episódio, vemos o lado midiático e ativista de Ana Vasconcelos e acompanhamos o reencontro das meninas da Casa de Passagem.