PEQUENOS MESTRES
Pequenos mestres são os herdeiros dos grandes mestres da cultura popular brasileira. Em sua 1a temporada, no nordeste do Brasil, estado de Pernambuco, aprendendo a arte que os mestrinhos aprendem com suas famílias, e nos contam sobre a importância de preservar a identidade e memória através da arte popular, da cultura passada de geração a geração. Teaser da obra: https://vimeo.com/942753927
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA:
Livre
GÊNERO:
Documentário
REGIÃO:
Nordeste
NÚMERO DE EPISÓDIOS:
13
DURAÇÃO MÉDIA DOS EPISÓDIOS:
13
DIREÇÃO:
Bárbara Cunha e Paulo Caldas
SOBRE A DIREÇÃO:
Bárbara Cunha cineasta, sócia fundadora da 99 Produções, focada em coproduções internacionais. Estudou cinema com Béla Tárr e Apichatpong Weerasethaku; dirigiu o documentário Flores do Cárcere (2019), 6 séries documentais para a televisão brasileira; seu próximo doc Deus é Mulher - em pós-produção - foi apresentado no Docs in Progress no Cannes Docs, na seleção oficial do Festival de Cannes, em 2021. Barbara produziu dezenas de obras audiovisuais, entre longas, curtas e séries de TV; faz parte da rede de Talentos do Projeto Paradiso, também integra o +Mulheres - Lideranças do Audiovisual Brasileiro, além de atuar como diretora Nordeste da API - Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro. Paulo Caldas é um realizador brasileiro com dez longas-metragens produzidos e 9 séries documentais para TV. Com mais de cinquenta prêmios acumulados durante sua carreira em festivais nacionais e internacionais. Seus projetos buscam compreender o olhar do estrangeiro quando imerso em uma realidade inóspita.
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1 - POESIAAntônio Marinho e Bia Marinho apresentam sua arte e seus pequenos poetas, em São José do Egito, sertão de Pernambuco, capital nordestina da poesia popular. A região onde fica o município de São José do Egito foi habitada, originalmente, por vários povos indígenas; Um dos que se tem noticia foram os Chocós, que viveram nas proximidades do Rio Pajeú. O povo forjado nos versos, assim é conhecida a cidade desde muito tempo. Localizada a 402 km do Recife e com pouco mais de 30 mil habitantes, São José do Egito respira e exala versos populares. Seus habitantes carregam a poesia como sobrenome e alguns dos seus expoentes são reconhecidos no Brasil todo, como Antônio Marinho. A lenda é que há muito tempo uma viola foi enterrada no leito do Rio Pajeú e quem bebe dessa água vira poeta. E diretamente de Sumé, na Paraíba, receberemos a visita do Mestre Sebastião com sua viola e o pequeno Tulio, aprendiz.
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2 - ABOIOAboio é um canto típico da Região Nordeste do Brasil. Consiste em uma toada cantada pelos vaqueiros quando conduzem o gado pelas pastagens ou para o curral. É um canto ou toada um tanto dolente, uma melodia lenta, bem adaptada ao andar vagaroso dos animais, finalizado sempre por uma frase de incitamento à boiada: ei boi! O aboio não é divertimento é uma coisa séria, muito antiga e respeitada pelo homem do sertão. Tem ainda os cantos de aboio, que nasceram da tentativa dos vaqueiros de inventar um tipo de som que pudesse ser entendido pelo gado. E a tradicional pega do boi, quando os vaqueiros saem procurando o gado criado solto. A pequena vaqueira Aparecida, conhecida como Cida, subverte a tradição masculina do Aboio, em Sitio dos Nunes, no Sertão do Pajeú, a cerca de 359 quilômetros do Recife, pequeno distrito, com menos de 5 mil habitantes, parte do município de Flores, em Pernambuco.
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3 - MADEIRANo universo que é o Vale do Catimbau, onde ventos e pedras moldam a imaginação, de repente, a branca e espinhosa caatinga se confunde com aves, lagartos, cobras, cabeças e pessoas de madeira, que se espalham pelo chão quente e avermelhado, em volta uma casa simples, de taipa. Paredes, animais e arte, tudo feito à mão. É o mundo de José Bezerra, escultor e dos pequenos mestres da madeira, seus netos e sobrinhos. Lá também conhecemos o Mestre Luis Benício, e a arte de sua família.
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4 - RENDAEm Poção, a 240 quilômetros de Recife, agreste de Pernambuco, a renda renascença, arte de origem europeia trazida ao Brasil pelas freiras católicas no Nordeste nos anos 1930 virou tradição. O artesanato da renda renascença é uma atividade familiar passada de geração para geração. O seu fazer artesanal tem atributos próprios das rendeiras, como delicadeza, paciência e destreza com as mãos. O produto é confeccionado com agulha, linha e lacê de algodão. Este episódio tem clima de reunião em família, trabalhos manuais, uma visita na casa da avó, três gerações de mulheres que fazem a Renda Renascença contam um pouco desta arte. Lá também conhecemos Rafael Leite, jovem mestrinho que faz releituras de telas famosas, como o 'Abaporu', de Tarsila do Amaral, utilizando a renda renascença como matéria prima.
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5 - BARRONo Alto do Moura, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, local conhecido pela cultura do barro, que virou arte nas mãos de Mestre Vitalino. A arte figurativa ganhou o mundo e transformou a cidade no celeiro dos mestres-artesãos. Luiz Antônio da Silva é um deles. Há 55 anos aprendeu o ofício e criou dez filhos "pelas mãos que modelam o barro". Assim como eles, os herdeiros do Mestre Vitalino, moldam arte e brincam com o barro, mantendo a tradição viva para as novas e futuras gerações.
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6 - XILOGRAVURAJ. Borges é um dos nossos mestres do cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo, ele cria figuras a partir das histórias e lendas populares, que impregnam o espírito do mestiço nordestino. Em Bezerros, Zona da Mata de Pernambuco, conhecemos seus discípulos no Memorial J. Borges, onde a criação acontece colorida.
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7 - MARACATUEm Buenos Aires, Nazaré da Mata, Pernambuco, conhecemos o Mestre Barachinha, o homem que é um “construtor de amigos” e que dedica sua vida à tradição do maracatu rural. Um dos mais importantes mestres de Maracatu de Baque Solto da Mata Norte, Barachinha tem sempre um causo para relembrar e um ensinamento para dar. Com o Maracatu Estrela Dourada, conhecemos os representantes da novíssima geração de brincantes.
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8 - MAMULENGOO Mamulengo é uma forma popular e tradicional do teatro de bonecos no Brasil. Nasceu nos interiores do Nordeste e, de lá, migrou para grandes centros e outras regiões. É chamado de Mamulengo, em Pernambuco. A brincadeira é um ofício repassado oralmente, por convívio familiar ou de mestre para aprendiz. Em 2015, foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro, pelo Iphan, sendo batizado de forma unificada como Teatro de Bonecos Popular do Nordeste. Em Glória do Goitá, conversaremos com a Mestre Titinha e Mestre Neide, e a família do Mestre Zé Lopes que vai encantar todo mundo com o teatro de bonecos no Museu do Mamulengo.
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9 - FREVOO Frevo nasceu no Recife, capital de Pernambuco, misturando marcha, maxixe e elementos da capoeira. Surgiu no final do século XIX, mas desde 2012 é do mundo inteiro quando foi considerado pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Lá em Pernambuco, não existe carnaval sem frevo! No Clube Vassourinhas, em Olinda, conversamos com a Mestra Adriana do Frevo, professora e seus pequeninos aprendizes. Também apresentaremos o Escuta Levino com os Guerreiros do Paço, que juntos celebram a história do frevo.
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10 - MÁSCARASOlinda é famosa também pelo seu Carnaval, seus bonecos gigantes e muita música. Além disso, a cidade é um verdadeiro polo cultural, com museus, galerias de arte e ateliês. E a gastronomia então? Tem pratos típicos deliciosos, como bolo de rolo, tapioca e acarajé. Lá vamos conhecer a arte das Máscaras, a máscara mais famosa da família do Mestre Julião é a de Urso, mas a variedade de modelos é infinda, tem também abutre, elefante, rato, galo, boi, onça, linguarudo, palhaço. No bairro Guadalupe, em Olinda, Julião continua a tradição que começou a aprender aos 12 anos com o pai e já deixa sua filha Joana como aprendiz e artesã.
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11 - CAVALO MARINHONa Zona da Mata Norte de Pernambuco, nos intervalos do trabalho na lavoura de cana, inventou-se uma brincadeira. Misto de teatro, música e dança, o cavalo marinho é uma festa de terreiro que existe na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Em Aliança, a pequenina Pétala do Cavalo Marinho Boi Pintado, herdeira do Mestre José Grimário. Com Mateus, Bastião e Catirina, é muita cor, animação e talento!
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12 - AFOXÉFundado em 2 de março de 1986, em Olinda, o Afoxé Alafin Oyó, conhecido também como “Candomblé de rua”, símbolo da militância e resistência negra em Pernambuco, é o primeiro do gênero no estado a ser reconhecido com Patrimônio Vivo. O nome Alafin, em iorubá, remete a um título de nobreza que significa “senhor/rei do palácio”. Em Olinda, vamos conversar com o Mestre Fabiano Santos, e os pequenos mestres Everton, Inaer Vitória e Raynara, do Alafim Mimi, e que levam esta ancestralidade nos pés, nos braços, na voz, na dança e na alma.
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13 - PASTORILPastoril é um dos principais espetáculos populares nordestinos. Dança, teatro e música se misturam para compor a apresentação do conhecido Pastoril. Originado em Portugal, o Pastoril retrata o nascimento de Jesus e, por isso, é apresentado no período natalino. É um dos quatro principais espetáculos populares nordestinos. Em Recife, vamos conversar com a Mestra Cristina, do Pastoril Estrela Brilhante, que, ocupando espaços públicos e culturais, seja nos ciclos natalino, junino ou carnavalesco, entre cantos, danças e brincadeiras e devoções, ela forma novas pastorinhas, como as pequenas Giovana, Maria Clara e Larissa. Mestra Cristina envolve o coletivo e faz a cultura popular pernambucana pulsar o ano inteiro. Em 2018, ela se tornou Patrimônio Vivo de Pernambuco, e em 2021, foi reconhecida com o título de Notório Saber em Cultura Popular pela Universidade de Pernambuco, títulos que contribuem e garantem a afirmação da mestra de que “A história não pode parar, tem que continuar”.